"O mal todo do romantismo é a confusão entre o que nos é preciso e o que desejamos. Todos nós precisamos das coisas indispensáveis à vida, à sua conservação e ao seu continuamento; todos nós desejamos uma vida mais perfeita, uma felicidade completa, a realidade dos nossos sonhos (…)
É humano querer o que nos é preciso, e é humano desejar o que não nos é preciso, mas é para nós desejável. O que é doença é desejar com igual intensidade o que é preciso e o que é desejável, e sofrer por não ser perfeito como se sofresse por não ter pão. O mal romântico é este: é querer a lua como se houvesse maneira de obtê-la."
Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Vol.II. Fernando Pessoa.
É, eu gosto de ser assim, romântica... gosto de falar de amor, gosto de falar da lua, aliás, sou chata falando de amor e falando da lua; gosto de ler coisas românticas, gosto de ver clipes/filmes/vídeos românticos; gosto de flores, de poemas, de declarações, de canções de amor, de cartas de amor, gosto dessas coisas bregas; gosto de pensar em casar, em ter filho, na festa de casamento, gosto de comemorar o aniversário de namoro, eu gosto de ser assim... romântica!
Já me encantei por aquele que escrevia poemas e textos incríveis, era quase um Vinicius de Moraes, já me encantei por quem gostava das mesmas músicas que eu e falava de um jeito diferente de todos, mas sempre amei aquele que não gosta de escrever poemas, aquele que não lê Vinicius de Moraes e não ouve Legião Urbana, nem Cazuza, aquele que não é tão romântico quanto eu, mas eu o amo e não preciso de um romantismo a mais na minha vida, eu gosto é de ser assim... romântica; não preciso de um alguém romântico comigo, basta não querer que eu seja diferente, basta admirar a lua comigo, basta ler minhas declarações de amor, basta ser como tem sido, com os pequenos detalhes, eu me encanto com os pequenos detalhes, pequenos que se transformam em grandes detalhes, gosto das mensagens inesperadas, dos beijos na testa ou na mão em publico, no meio de uma conversa com amigos, gosto do apelido carinhoso que quase transformou em um codinome, é dito em qualquer lugar, a qualquer hora... ah...
Não gosto é de ter alguém perto de mim que negue algum tipo de amor, se não teve sorte com o amor romântico, por favor, não desacredite no amor, não existe só essa forma de amor, entenda isso e pare de negar o amor, que coisa mais vazia, mais medíocre... eu gosto de ter alguém que se apaixona! Se apaixona pelo pai, pela mãe, pelo filho, pelo amigo, pelo irmão, pela irmã, por ele, por ela, pelo livro, pelo poema, pela música, ah! Aqueles que se apaixonam pela música... Pelo trabalho, pelo o que aprendeu, pelo o que faz, gosto de quem fala sobre algo de uma forma apaixonada, de quem se apaixona pela vida! É isso, gosto de quem se deixa apaixonar. Permita-se.... apenas isso, per-mi-ta – se.
Eu sou chata de tão romântica, mas eu gosto de ser assim... romântica! E não desejo que todos ao meu redor sejam assim... românticos.
Eu queria mesmo era que todos acreditassem no amor, em todas as formas de amor, e não negassem o sentimento mais gostoso e bonito e maravilhoso e inexplicável e e e e... O melhor sentimento!
É isso, só queria que todos acreditassem no AMOR, é querer muito?