quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sentimental...

Assustadoramente, absurdamente, exageradamente sentimental eu estou... eu fui, eu sou, eu hei de ser sempre, mas agora está demais.

Você sabe ou enxerga isso? Ah! Não? É, talvez eu não esteja mais a vontade pra falar com você e não, por favor não me questione, eu não estou nem um pouco afim de dar explicações e acho que nem preciso, primeiro porque se você não sabe é porque não se importa, segundo porque eu falo, e falo muito, e falo tudo aqui, então... então nada, eu não estou aqui pra dar justificativas e provavelmente nem você está aqui pra me questionar, pois bem... ah, deixa pra lá...

"Eu me importo com o que vou ganhar; Me importo com quantas coisas alguém vai pagar pra mim; Qual é o preço do seu sapato? Qual a marca da sua roupa? Onde comprou sua maquiagem? Qual é seu carro?; Minhas amigas? Ah... minhas amigas vão pra tal balada comigo e causamos horrores; Ele é lindo, tem o carro tal; Ele é lindo me levou pra tal lugar; Quanto você ganha?; Quanto você pretende gastar comigo?; O que? Você vai freqüenta esse lugarzinho?; Eu te amo, qual aliança você vai me dar?; Claro que aceito passar minha vida com você, qual condomínio você mora mesmo?; Pra onde iremos nessa temporada? (...)".

Algumas dessas frases são normais em algumas ocasiões, algumas frases, mas são normais em certo tom de voz, eu sei que você sabe do que eu estou falando...
Todas elas? Claro que é interesse! Normal? Normal da onde? Não poderia existir isso...
Mas existe Bia, existe e não é pouco, existe e não é longe.

Numa conversa com uma amiga hoje, fui questionada "Você acredita em fidelidade?" Eu? Nunca parei pra pensar exatamente se eu acredito ou não... mas tem que existir! Ela me disse que em um dos textos de Arnaldo Jabor ele diz que relacionamento que não tem traição não é um relacionamento feliz e que homem nenhum consegue passar a vida sendo fiel; Ta, eu nunca coloquei minha mão no fogo por outro homem senão pelo meu pai, mas tai meu pai... meu pai é um homem casado há quase 30 anos e eu acredito cegamente nele e não por ele ser meu pai, mas pelo caráter que ele tem... então, resolvido, eu acredito em caráter, conseqüentemente em fidelidade, uma pessoa com caráter não trairia; Mas em pensamento também é traição Bia! Ah, eu que não acredito em Deus porque não posso ver, sentir e nem tocar, vou lá considerar pensamento traição? Pensamento é pensamento! Não tem o ato. Pensamento demais, aí é suspeito, mas o pensamento normal, o pensamento normal todo mundo tem, não? Ah, vai dizer que você não acha homem nenhum no mundo bonito, a não ser esse que você ao seu lado? Balela! Até minha mãe acha o Padre Fábio lindo – convenhamos, ela tem um gostinho ruinzinho né? Mas enfim... – Creio que sem um exagero, sem um extremo, pensamento não é traição... E por que eu entrei nesse assunto mesmo? Ah, pela conversa de hoje... Eu não sei exatamente se acredito numa fidelidade vinda de todos os homens e talvez cada vez menos das mulheres, mas acredito em fidelidade sim.
Eu, por exemplo, sou muito fiel e não tenho medo de dizer isso em lugar algum... Talvez seja porque eu sou fiel a mim, aos meus sentimentos, as minhas crenças... talvez não, sem dúvidas é por isso!

Não disse? Estou muito sentimental. Não consigo analisar uma vírgula sem pensar no sentimento que existe em volta.
E sabe o pior? Eu não estou aceitando racionalidade demais. Intolerância, um dos piores sentimentos que existe. E como estou me remoendo por dentro por causa disso, como eu quero, que assim como todas as outras coisas relativamente ruins, essa intolerância passe logo. E vai passar, eu sei que vai...

Mas enquanto isso eu fico aqui querendo mudar o mundo, querendo fazer as pessoas enxergar as coisas com o coração e não com o bolso, no mínimo com a cabeça, mas, por favor, não com o bolso.

 Não é melhor enxergar com os olhos, Bia?

Voltando... enquanto isso, eu fico aqui não conseguindo ter certas conversas, não conseguindo ler certas coisas, não conseguindo nem mesmo ver certos programas na TV.

E daí, não é? E daí... se você não se importa, por que mesmo chegou até o final do texto? Ah... ta bom então. Mas se você importa, só tenha paciência, se talvez você se ofendeu com algo, eu não vou pedir desculpa, mas releve, quem sou eu pra te julgar? Mas não me peça conselhos e nem atenção.

E bom... isso... também passa.

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